21/11/2010

Cicatrização de feridas

● As feridas podem ser divididas em: agudas, onde o processo de cicatrização ocorre de forma ordenada e em tempo hábil, com resultado funcional e anatômico satisfatório; ou crônicas (como as úlceras venosas e de decúbito), onde o processo estaciona na fase inflamatória, o que impede sua resolução e a restauração da integridade funcional. ● Quanto ao mecanismo de cicatrização, as feridas podem ser classificadas em: ➢ Fechamento primário ou por primeira intenção: ocorre nas feridas fechadas por aproximação de seus bordos. ➢ Fechamento secundário, por segunda intenção ou espontâneo: a ferida é deixada propositadamente aberta, sendo a cicatrização dependente da granulação e contração da ferida para a aproximação das bordas. Ex.: biópsias de pele, queimaduras profundas, feridas infectadas (contagem bacteriana acima de 100000 colônias/g detecido) e feridas que o paciente nunca apresentou ao médico. ➢ Fechamento tardio ou por terceira intenção: feridas deixadas abertas inicialmente, geralmete por apresentarem contaminação grosseira. Após alguns dias de tratamento local, a ferida é fechada através de suturas, enxertos ou retalhos. O resultado estético é intermediário. ● Classicamente, a cicatrização de feridas pode ser dividida em três fases: inflamatória, proliferativa e de maturação. ➢ Fase inflamatória: · É uma fase dominada por dois processos: hemostasia e resposta inflamatória aguda, com objetivo de limitar a lesão tecidual. Em feridas não complicadas, dura de 1 a 4 dias. ➢ Fase proliferativa: · Proliferação de fibroblastos na ferida, sob a ação de citocinas, dando origem ao prosesso de fibroplasia (síntese de colágeno). A síntese de colágeno é estimulada pela TGF beta e IGF1, e inibida pelo INF gama e glicicorticóides. · Simultaneamente, ocorre a proliferação de células endoteliais, com formação de rica vascularização (angiogênese) e infiltração densa de macrófagos, formando o tecido de granulação. · Minutos após a lesão, tem inicio a ativação dos queratinócitos na borda da ferida, fenômeno que representa a fase de epitelização. Eles secretam laminina e colágeno tipo IV, formando a membrana basal. ➢ Fase de maturação: · O último passo no processo de cicatrização é a formação do tecido cicatricial propriamente dito, que histologicamente consiste em tecido pouco organizado, composto por colágeno e pobremente vascularizado. · O processo de remodelamento da ferida implica no equilíbrio entre a síntese e a degradação do colágeno, redução da vascularização e da infiltração de células inflamatórias, até que se atinja a maturação da ferida. · Este processo é longo, e pode ser avaliado clinicamente através da forsa tênsil da ferida. · A contração da ferida é um dos principais fenômenos da fase de maturação. Durante o processo, as bordas são aproximadas, reduzindo a quantidade de cicatriz desorganizada. · A contração caracteriza- se pelo movimento centrípeto da pela nas bordas da ferida, impulsionada pela ação dos miofibroblastos. ● OBS.: Tipos principais de colágeno: ➢ I- Todos os tecidos, exceto cartilagem e membrana basal. ➢ II- cartilagem, humor vítreo, disco intervertebral. ➢ III- Pele, vasos, vísceras ➢ IV- Membrana basal. Fatores que interferem na cicatrização: ● Infecção ➢ Causa mais comum de atraso do processo cicatricial. Quando a contaminação bacteriana ultrapassa 100000 unidades formadoras de colônia (CFU) ou na presença de qualquer estreptococo beta hemolítico, o processo de cicatrização não ocorre, mersmo com o uso de enxertos ou retalhos. ➢ A infecção bacteriana prolonga a fase inflamatória e interfere com a epitelização, contração e deposição de colágeno. Clinicamente há sinais flogísticos, geralmente acompanhados de drenagem purulenta. Nesses casos, deve- se expor a ferida, com retirada das suturas, realizar cuidados locais e antibioticoterapia, se necessário. ● Desnutrição ➢ Uma perda de 15 a 20% do peso habitual interfere significativamente com o processo cicatricial. ➢ Níveis de albumina inferiores a 2g/dl estão relacionados a uma maior incidência de deiscências, além de atraso na cicatrização de feridas. ➢ A deficiência de vitamina C é a hipovitaminose mais comumente associada à falência da cicatrização de feridas. Nesses casos, o processo pode ser interrompido na fase de fibroplasia. Doses de 100 a 1000mg/ dia corrigem a deficiência. ➢ A cerência de vitamina A também pode prejudicar o processo de cicatrização ➢ A carência de zinco (rara, presente em queimaduras extensas, trauma grave e cirrose hepática), compromete a fase de epitelização. ● Perfusão tecidual de O2 ➢ A perfusão tecidual depende basicamente de três fatores: volemia adequada, quantidade de hemoglobina e conteúdo de O2 no sangue. Assim, a anemia, desde que o paciente esteja com a volemia adequada, só interfere na cicatrização se o hematócrito estiver abaixo de 15% (VN~36). ● Diabetes Mellitus e Obesidade ➢ Pacientes portadores de DM têm todas as suas fases de cicatrização prejudicadas. Nota- se espessamento da membrana basal dos capilares, dificultando a perfusão da microcirculação. Há um aumento da degradação do colágeno, além disso, a estrutura do colágeno formado é fraca. A administração de insulina pode melhorar o processo cicatricial de diabéticos. ➢ Indivíduos obesos também apresentam a cicatrização comprometida, provavelmente pelo acúmulo de tecido adiposo necrótico e comprometimento da perfusão da ferida. ● Glicocorticóides, quimioterapia e radioterapia ➢ Os glicocorticóides e as drogas citotóxicas interferem am todas as fases da cicatrização. ➢ As drogas utilizadas em quimioterapia devem ser evitadas nos primeiros 5-7 dias de pós operatório (fase crítica da cicatrização). ➢ A radio terapia também compromete a cicatrização, pois é causa de endarterite com obliteração de pequenos vasos, isquemia e fibrose.

regeneração celular


A regeneração celular é um processo extremamente importante para a manutenção da integridade física e funcional dos seres vivos, já que lhes permite substituírem partes que se gastam, que são danificadas ou que, simplesmente, se perdem.
A regeneração celular pode ser dividida em dois tipos principais: regeneração fisiológica e regeneração por substituição. A regeneração fisiológica assegura a renovação de partes do corpo que se gastam continuamente, como, por exemplo, as camadas mais externas da pele, sujeitas a constante atrito, ou ainda de outras que regularmente são substituídas, como o pêlo, nos mamíferos. A regeneração por substituição permite aos organismos recuperarem partes do corpo que se perderam em consequência de lesões ou acidentes (como, por exemplo, a cauda das lagartixas).

13/11/2010

A base para o diagnóstico correto da causa do edema  é o exame clínico (história clínica e exame físico). Vários exames complementares podem ser solicitados para a investigação, como: exames de sangue (exemplo: dosagem de proteínas no sangue , dosagem de uréia e creatinina para avaliar a função renal , dosagem de sódio , provas de função hepática e da tireóde, etc.) , eletrocardiograma , ecocardiograma (útil para o diagnóstico de insuficiência cardíaca ) , ecografia do abdômem (confirma o diagnóstico de ascite e avalia o estado do fígado e dos rins) , ecodoppler do sistema venoso dos membros inferiores (é útil para o diagnóstico de insuficiência venosa , trombose venosa profunda aguda e linfedema) e outros.
O edema é um acúmulo anormal  de líquidos no espaço intersticial (espaço localizado entre os vasos e as células dos tecidos).Os principais mecanismos causadores do edema   são   o aumento da pressão dentro dos vasos (pressão hidrostática) e a diminuição da concentração de proteínas no sangue (pressão oncótica).Ambos facilitam a passagem de líquidos dos vasos para o espaço intersticial.

06/11/2010

Hospital realiza primeiro transplante de pâncreas feito por um robô

Procedimento cirurgico foi realizado na cidade de Pisa, na Itália.
Equipe médica diz que não houve problemas na cirurgia.

Do G1, em São Paulo
Cirurgia ropbótica de pâncreasImagem mostra a primeira cirurgia de transplante de pâncreas feita por um robô. A cirurgia foi realizada no Hospital Cisanello em Pisa, na Itália, no dia 27 de setembro, mas as fotos do procedimento foram divulgadas agora. Segundo a equipe médica envolvida, tudo ocorreu bem durante o processo. (Foto: AFP)

Sangue, células sanguíneas.

Um ser humano adulto possui cerca de 5 litros de sangue. Este é constituído por plasma e células sanguíneas. O plasma é o componente líquido do sangue, e contém (além de água) proteínas, nutrientes, hormonas, sais e resíduos do metabolismo. Tem cor amarela, devido à presença de bilirrubina (proveniente da degradação dos hemos). As proteínas plasmáticas são sintetizadas pelo fígado, e desempenham uma grande variedade de papéis : transporte de moléculas importantes, manutenção da pressão osmótica e coagulação. As células sanguíneas circulam suspensas no plasma e podem ser:

  • eritrócitos (ou glóbulos vermelhos). São as mais abundantes (>99%) células sanguíneas e contêm hemoglobina. São desprovidos de núcleo e organelos. São produzidos na medula óssea e degradados (após cerca de 120 dias) no baço e fígado. Para a sua formação é necessário ferro, ácido fólico e vitamina B12. A sua síntese é estimulada pela hormona eritropoietina, secretada pelos rins em resposta à diminuição do fornecimento de O2.

  • plaquetas (ou trombócitos). Fragmentos celulares de megacariócitos (grandes células poliplóides presentes na medula óssea em contacto com os vasos sanguíneos). São essenciais para a coagulação sanguínea.

  • leucócitos(ou glóbulos brancos). Responsáveis pela resposta imunitária. Dividem-se em :
  • monócitos (que após deixarem a circulação sanguínea se diferenciam em células fagocíticas especializadas: os macrófagos);

  • linfócitos;

  • granulócitos polimorfonucleados
  • basófilos, que secretam histamina, um mediador importante da resposta inflamatória;

  • eosinófilos , que atacam parasitas multicelulares e estão envolvidos nas respostas alérgicas;

  • neutrófilos, que realizam a fagocitose.



  • Coagulação

    No caso de lesões de veias, a perda de sangue é relativamente lenta (devido à baixa pressão sanguínea) e pode frequentemente ser travada se a região afectada fôr elevada a um nível superior ao do coração. Se a hemorragia se der em direcção aos tecidos, a acumulação de sangue (hematoma) pode até elevar a pressão do fluido intersticial para os níveis de pressão sanguínea observados na veia, eliminando a saída de sangue.
    As hemorragias provocadas pelo rompimento de artérias de médio ou largo calibre não são geralmente controláveis pelo organismo.. No entanto, os mecanismos fisiológicos de coagulação (ou hemostase) são bastante eficazes na resposta a lesões de vasos pequenos, que são as mais comuns na vida quotidiana. A resposta imediata à lesão do vaso é a sua constrição, o que provoca a diminuição do fluxo sanguíneo na área afectada. Esta constrição pressiona as superfícies endoteliais do vaso uma contra a outra, induzindo um contacto que bloqueia o vaso. Porém, o fecho permanente da ruptura só pode ser realizado por estes mecanismos nos capilares mais finos, e a paragem da hemorragia depende de outros dois processos, que envolvem a actividade das plaquetas.